2003/08/02

Bem, aqui vai o meu primeiro escrito a sério.

Pois é, ontem tive um dia muito cansativo, mas deveras interessante.

Uma viagem a Lisboa, à Faculdade, para me matricular e passar pelos sempre belos serviços académicos (menos mal).

Mas bem, no calor abrasador que se fez sentir, eu e o meu namorado tivemos a bela ideia de nos rendermos ao ar condicionado. Ou seja, fomos parar a uma bela sala de cinema para ver "Bruce - O Todo Poderoso". Deveras divertido, deveras interessante, muito bom mesmo. Por entre as caretas de Jim Carrey e a eloquência de Morgan Freeman, consegue retirar-se até uma moral deste filme: não esperes pelo milagre, sê o milagre. É simples, em vez de nos ficarmos por rezar, por pedir algo a Deus, por acharmos que as coisas nos correm mal e facilitarmos culpando alguém, devemos agir, tomar atitudes que modifiquem as coisas, por mais pequenas que nos pareçam. Exemplo: em vez de nos irritarmos com o trânsito parado (verdadeiramente irritante), ajudarmos o dono do carro avariado que o provoca.

No entanto, eu acho que a acção de Deus (se assim a posso chamar) está exactamente nesse momento que passamos da inércia ao acto, portanto o tal milagre. Ou seja, se o mais difícil é pararmos as críticas e agirmos, é aí que algo de Divino deve intervir. A pessoa sabe agir, só lhe falta um click miraculoso.

Gostei do filme e aconselho (mesmo que fosse mau, devia aconselhar, porque só cada um vendo com os seus próprios olhos é que pode avaliar).

O dia continuou, muito transpirado, com muitas garrafas de água pelo meio (em relação a uma até aconteceu um milagre: encontrá-la abandonada, fechada, em cima de uma mesa vazia, mesmo à minha espera - contenção de custos), trânsito...



E é então que chega ao fantástico Festival Litoral Centro.

Devo então referir que se localiza num lugar algo especial para mim: na localidade onde fiz o Jardim de Infância, o 1º ano do 1º ciclo (a mítica entrada na Escola) e 10 anos de catequese. Portanto, como devem imaginar fui conhecendo muita gente, ganhando e perdendo amigos; acompanhando a evolução de uma comunidade e com ela um grupo de contemporâneos de cerca de 18 pessoas. O que tem piada é que dessas 18 pessoas acho que apenas uma me cumprimentou; adivinhe-se um rapaz! Pois é, as raparigas nos seus wonderbras, decotes, saltos e belos cabelos, nem me dirigiram um olá. Não é que eu me importe, mas acho piada.

Para compensar essa falta de "olás" encontrei a minha amiga Mónica e aproveitei para cortar o bastante. Como é bom esse acto magnífico de falar dos outros, bem ou mal, mas ter alguém que partilhe opiniões connosco, que fale.

Acreditem ou não, inicei esta entrada no blog para vos falar dos Toranja e agora a conversa já vai longa. Mas vou continuar.

A razão porque fui ao Festival Litoral Centro prende-se com a actuação da banda portuguesa Toranja, da qual gosto muito e que já tinha tido oportunidade de ver ao vivo mas em circunstâncias um pouco diferentes - Festival Galp Energia. Neste Festival tocaram bem mais do que as 3 músicas do Galp Energia e actuavam como Reis da Festa, não como secundários.

Adorei assistir ao concerto dos Toranja. Presenteiam-nos com um grupo de 4 rapazes relativamente lavadinhos e com bom português e uma rapariga não espampanante. As músicas são boas, com boas letras, bom som e entrega dos músicos presentes. Gosto especialmente da "Carta", mas é claro que o "Cenário" é o seu cartão de visita. Julgo que tîveram uma boa comunicação com o público e no final tiveram até a coragem de homenagear os Coldplay tocando (e muito bem) uma música destes. Eu tinha muita coisa para dizer sobre eles, mas não sei mais como... Dizer que o vocalista tem uns belos caracóis e uns lindos dentes? Referir a simpatia e a simplicidade? Aconselho, aconselho mesmo (e aqui só aconselho mesmo porque gosto).



Mas o Festival não se ficava pelos Toranja que para mim até deviam encerrar, mas abriram as hostes.

De seguida vieram os brasileiros Lampirônicos, aos quais não prestei muita atenção. Parecia-me que tinham um bom som, mas eu não os conhecia de nenhum lado, nem sequer um single me podia fazer cantar, portanto fui sentar-me nos comes e bebes onde ocorreu o milagre da garrafa de água.

O espectáculo no palco terminou com a dupla Anjos. Pois é, eu assisti a um concerto dos Anjos. E devo dizer, excedeu as minhas expectativas. São uma dupla muito profissional, com todo o espectáculo muito bem preparado, acompanhados de excelentes músicos e com uma sonoridade melhor e mais pop/rock do que a pop que era de esperar. É claro que também eu cantei as músicas mais conhecidas e bati palmas. Porque não? Conseguiram animar o público e complementavam tudo com pirotecnia, que dá sempre outro aspecto, talvez mais sofisticado. Estes também aconselho, não tanto como os Toranja, mas aconselho, são uma dupla com um sorriso.

A noite acabou, muito quente, na minha cama a ler "O Nome da Rosa" de Umberto Eco, um livro grandito, mas do qual estou a gostar muito.

E assim me despeço com um bem haja a todos, enquanto o Tico brinca às mordidelas com a irmã sob o olhar atento de Cinha.

Bisous

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